Foto e biografia extraída de: ruidomanifesto.org
LEIDE FERRAZ
( Cuiabá – Mato Grosso – Brasil )
Natural de Cuiabá, Leide Alcedina de Figueiredo, , é graduada e pós-graduada na área de pedagogia. Trabalhou durante 33 anos para o governo do Estado de Mato Grosso, sendo 17 anos como professora. Desde criança, sempre foi muito inclinada à leitura, demonstrando vivo interesse especialmente pela poesia. Possui considerável coletânea de escritos como: poemas, contos, histórias infantis, peças teatrais, etc. Em 1995, recebeu o primeiro prêmio no concurso “Zé Bolo flô, o poeta andarilho”, com o poema “Menino de Rua”. É integrante do Grupo Poetas Livres desde 2001 e do Coletivo Maria Taquara. Seu primeiro livro de poemas, 22 Poemas pra quem é “louco” por gatos & outros bichos, está previsto para ser lançado em breve.
Venho fazer um pedido
Muito profundo e conhecido
Ao que persiste em fazer queimadas
Que sem dó ou piedade
Prejudica a natureza
Causa danos à humanidade
Faço também um apelo
Ao que prende passarinho
Comete um grande desatino
Prisão é para o criminoso
Perigoso assassino
Não para esse inocente
Tão frágil e tão pequenino…
Deixe o pássaro solto
Para viver seu destino…
Não maltrate o cavalo
Cão ou gato, por favor
Não mate o sapo, seja humano
Ele não lhe causa dano
Não cometa esse crime atroz
Os animais são presentes
Que Deus deixou para nós
Não desmate as nossas matas
Horrendo crime ambiental
Que hoje te dá um lucro “esperto”
Mas num futuro bem perto
Isto vai virar deserto
Vai te causar muito mal.
PÉRGULA LITERÁRIA. Poesias vencedoras do VI Concurso Nacional de Poesias “Poeta Nuno Álvaro Pereira”. Valença, RJ: Editora Valença, 2004. 202 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
CINZAS DE NATAL
Vêm e vão natais...
Meu presente tão esperado
Jaz esquecido numa fresta do passado
Papai Noel, decrépito, décadas, após décadas
Sob um cobertor de poeira cósmica
Ressona profundamente
Debaixo de um pinheiro salpicado de neve
Vão e vêm carnavais...
Fantasias desfilam vazias
Tecidos pálidos, descoloridos
Crispados de lantejoulas envelhecidas
Cujos brilhos enxugaram sudários loucos
Nos blocos sórdidos, sem folia, sem alegoria
Há fragmentos de confetes amarfanhados
Encrustados nas rugas da austera máscara
Que dantes gargalhava
E as serpentinas, num inocente brincar
Vagam, reivindicando justiça pelo céu
São cordões umbilicais do feto que feneceu
Vedado lhe foi o direito de nascer
Não sorriu, não brincou, não viveu...
Dos meus natais e carnavais
Restauram cinzas, nada mais!
*
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Página publicada em novembro de 2021
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